– INÉDITA: Patricia Niedermeier – Atriz

O Blog/Site de Críticas Teatrais e de Dança

Apresenta:

O Blog/Site iniciou a temporada de Retrospectivas e INÉDITAS das inúmeras homenagens feitas aos artistas das artes cênicas em geral – teatro, dança, cinema, técnicos: Operários das Artes.

Projeto: “Entrevistas NECESSÁRIAS”, inserido nesse Blog/Site de Críticas Teatrais e de Dança, no começo da pandemia.

INÉDITA:

ATRIZ – PATRICIA NIEDERMEIER

“Maya” – Peça/Filme

Estreia em Agosto de 2023 nos cinemas.

Estreia 06/08 nos cinemas.

Patricia Niedermeier – atriz, bailarina, performer e diretora.

Trabalhou em diversas Cias. De Dança e Teatro da cidade.

Trabalhou com os diretores: Antonio Abujanra, Rubens Correa, Gerald Thomas, Jefferson Miranda, Tonio Carvalho, Hugo Rodas, Márcia Rubim entre outros.

Desde 2001 integra a Cia. Regina Miranda Atores/Bailarinos, participando de vários festivais nacionais e internacionais.

Em colaboração com a coreógrafa Regina Miranda inúmeras performances, entre elas: “Cabelos” – apresentada em Nova Yorque na Galeria Frederick Pretzel – que nas palavras de Richard Schechner é: “ Uma Obra de Arte que faz valer a pena”.

Ganhou o prêmio de melhor atriz no Cine PE pelo filme “Os Princepes” de Luiz Rosemberg.

Em 2011 Patricia Niedermeier integra o coletivo CAVIDEO dirigido por Cavi Borges tendo atuado e dirigido vários longas e curtas.

Bem, essa é nossa Operária Das Artes dona da vez do Projeto: “Entrevistas NECESSÁRIAS” em uma INÉDITA – Entrevista NECESSÁRIA desvelando sua necessária e surpreendente trajetória artística.

Entrando na INÉDITA Entrevista NECESSÁRIA com:

PATRICIA NIEDERMEIER

Francis Fachetti – “Desembrulhe”, desenredando esse começo de trajetória artística pelo teatro nas mãos, no olhar… de um dos maiores  – Operários Das Artes” -, que o mundo abraçou: RUBENS CORREA. Não nos poupe de nenhum dos aprendizados que você amealhou. Conte-nos tudo! No lado pessoal e profissional desse encontro que o universo te presenteou.

​​​​​Patricia NiedermeierUm dia eu fui assistir Artaud, o monólogo de Rubens Correa no Teatro Ipanema e foi uma das maiores experiências da minha vida.
Aquele ator imenso forte vulner
ável visceral verdadeiro imprevisível… profundamente humano e verdadeiro.
Uma presença uma onipresença; um ritual …..
Suas primeiras palavras na peça: “O Teatro. O local. O ponto. Tudo está aí, a partir dessa geografia”.
Um tempo depois meu querido amigo, o grande ator Marcelo Olinto me chamou para fazermos uma oficina com Rubens Correa na CAL.
Eu fui mas tinha medo dele, rsrs.  Quando chegamos na sala ficamos encantados com sua simplicidade e a forma amorosa que nos acolheu.
Tirou de uma sacola de supermercado sua roupa de trabalho ( uma calça de moleton e uma camiseta),  trocou de roupa, tirou os sapatos para iniciarmos a aula.
Ele logo no início disse : “O ator tem o direito de errar”.
Isso foi muito libertador para mim e me deu coragem para experimentar, arriscar e me divertir com o processo de criação.
Acho fundamental o direito de experimentar livremente, só assim descobrimos novos caminhos e possibilidades.
Tudo se ilumina com Rubens nos apresentando jung, o inconsciente, os arquétipos, Dr. Nise da Silveira, Louis Juvet, Artaud, Ludmila e George Pitoeff, impressionismo, expressionismo alemão, escritores, pintores,  artistas que dedicaram a vida ao Teatro…
Ele encarna a necessidade de investigar profundamente o corpo, a voz o espirito –  e ter o conhecimento como ferramenta de um trabalho consistente de atuação.
Rubens fala seriamente sobre a  ética do artista em trabalhar numa  obra que move, atravessa, perturba, afeta, desafia  e não em obras de entretenimento superficial.
Decidimos depois de um tempo de curso, montar “O sonho” de August Strindberg e foram dois anos de trabalho.
Minha personagem era Agnes a filha do  Deus Indra que vem a terra para entender a humanidade.
Nós éramos um grupo de  jovens atores com muita energia e desejo.
Rubens me dirigia no sentido de buscar a simplicidade, a economia mas, demorei muitos anos para entender suas palavras.

Posso dizer que tudo se estruturou em mim de uma forma diferente a partir desse encontro. O compromisso de trabalhar o corpo, a voz, a alma até o limite. Apolo e Dionísio. Dedicar a vida ao oficio da Arte.

Espetáculo: “Peça Sonho

Direção: Rubens Corrêa

Patricia Niedermeier e Marcelo Olinto

Espetáculo: “PeçaSonho

Direção: Rubens Corrêa.

 Francis fachetti – Pela sua experiência – que não é pouca – fale o que for mais necessário sobre cada um desses coreógrafos. Deixe-nos conhecê-los por você. Marcia Rubin; Fred paredes e Regina Miranda.


Patricia Niedermeier  
O Rubens falava muito do corpo como instrumento fundamental do ator e era apaixonado pela coreografa  Lurdes Bastos.
Então eu decidi trabalhar meu corpo de forma mais consistente e aí veio a dança contemporânea como espaço para aprofundar minha pesquisa.
A dança abriu um campo enorme de possibilidades, criação e estudo.
O corpo onde estão as emoções e onde tudo começa para mim.
Minha iniciação na dança contemporânea profissional foi com a Marcia Rubin – fizemos uma pesquisa sobre o movimento e a palavra trabalhando com textos de Ana Cristina Cesar e Katherine Mansfild
Foi sensacional trabalhar com ela e pesquisamos bastante a relação do corpo com os textos dessas autoras apaixonantes.
Foi muito especial trabalhar com a Márcia que tinha na sua companhia os sensacionais Oscar Saraiva, Fred Paredes, Paula Otero e Andrea Maciel.
Aprendi muito com eles e a gente se divertia muito tb.

Fred Paredes foi meu grande companheiro em vários espetáculos e é um artista que eu admiro muito.
Em 2005 ele foi convidado pelo KunstenFestivaldesarts na Bélgica para uma nova criação.
Criamos especialmente a convite do festival um lindo espetáculo chamado “CADA UM” que foi muito importante e desafiador para mim.

“Cada Um”

Direção e Coreografia: Frederico Paredes.

Frederico Paredes, Patricia Niedermeier e Marcelle Sampaio

Kunsten Festival Bruxelas.

Nossas apresentações em Bruxelas foram inesquecíveis.


Regina Miranda é minha grande mestra. 
Eu não seria a artista que eu sou se não fosse Regina Miranda e as atrizes/bailarinas. 
Marina Salomon, Adriana Bonfatti e Ana Bevilaqua. Não sei nem por onde começar ….
Talvez começar pelo sistema Laban de análise de movimento que Regina me apresentou e ela é uma das maiores especialistas do mundo – essa técnica é nossa base de criação e vocabulário. 
Talvez pelo amor aos livros que compartilhamos, por Virginia Woolf…
Poderia começar também por nossas performances radicais em Ny; ou começar com nossos passeios em galerias de arte e na paixão por alguns artistas visuais, talvez começar pelo lugar da mulher artista  que ela sempre atuou.
Talvez, por nossas apresentações em festivais  pelo mundo, em galerias de arte, Teatros, espaços que ela cria.
Talvez, começar por nosso último trabalho juntas o  filme: “Mulheres em Auschwitz: Escritas da resistência”.
Muitos começos e recomeços e estamos juntas a vinte anos em crescente inspiração e colaboração.
Regina é minha grande mestra. Tenho muito orgulho e gratidão de fazer parte da trajetória dessa artista que eu amo e admiro.

Bliss

Direção e Coreografia: Marcia Rubin, Oscar Saraiva e Patricia Niedermeier.

Francis Fachetti – “CABELOS” a performance criada com Regina Miranda, descortinada em Nova Yorque; Desencadeou uma crítica expoente do crítico Richard Schechner. Que crítica foi essa? Fale sobre.


Patricia NiedermeierEm 2004 estávamos muito interessadas na fronteira da dança com a Performance e criamos a performance CABELOS.
O processo de criação com a Regina é muito rico e fluido.
Ela vai abrindo caminhos e possibilidades e te desafiando a correr riscos e ir mais longe.  
Ny sempre foi um espaço inspirador de artistas radicais. Fazer nossa performance lá, foi muito desafiador. 
” CABELOS” investigava  rupturas, transformações, tempo, morte, esquecimento…
Para isso, tínhamos muitos instrumentos de corte: navalhas, tesouras, facas, bisturis, em meio a inúmeros envelopes de cartas com cabelos cortados dentro e suas respectivas histórias…
Cabelos brancos, cabelos de um namorado, cabelos de crianças, cabelos de uma pessoa morta, cabelos e seus rituais de transformação, iniciação, doenças…
Era tudo muito silencioso, apenas uma música baixa repetida infinitamente. 
Eu conseguia me conectar com algumas pessoas e oferecia algum instrumento de corte para elas, que poderiam escolher cortar uma parte do meu cabelo. 
Aquele corpo vulnerável causava muitas reações nas pessoas. Quando apresentamos CABELOS na galeria Friedrich Petzel Gallery em Ny – cidade da body art  e tantas experiências radicais eu sabia que encontraria um público que vai as últimas consequências. Achava que ia voltar careca e cortada para o Brasil. 
Na noite de abertura na galeria, um homem se aproximou de mim e ficou a noite toda  interagindo com a performance.
No final da noite a Regina teve que informar a ele que a galeria ia fechar.
Quando fomos jantar a Regina me disse que era o grande crítico Richard Schechner – professor de Estudos da Performance na
NYU Tisch School of the Arts da Universidade de Nova Iorque – editor da TDR: The Drama Review e diretor da East Coast Artists. Schechner é um dos iniciadores do programa de Estudos da Performance e fundador do The Performance Group, um grupo de teatro experimental com willian Defoe e outros artistas importantes na cena americana.
No dia seguinte na conferência sobre o evento ele disse que a performance Cabelos, criada por duas mulheres de cabelos vermelhos, era uma obra de arte que vale a vida. Essas palavras foram muito inspiradoras para nós, porque Richard é um dos críticos mais importantes na área da Performance e como ele disse: “I am a cold fish“. 
Conhecidamente um crítico difícil de se envolver emocionalmente e no final da Performance estávamos profundamente conectados a ponto dele pegar delicadamente o lençol branco onde eu ficava com minhas cartas e objetos de corte e ir me embrulhando delicadamente.
Quando eu vi tínhamos criado um casulo e ele finalmente conseguiu ir embora.

Foi um momento sublime daqueles que só a arte te proporciona e muito forte. 

“Cabelos”

Performance criada com Regina Miranda na galeria Frederick Petzel em NY.

Ðouble Game” – meu promeiro trabalho com Regina Miranda na Galeria Petzel em NY.



Francis Fachetti – Dentro do corpóreo que você especializou-se, houve criações de carpintaria cênica – com a obra de Kafka, na direção de Oscar Saraiva e “Máquina de Pinball” com direção de Antonio Abujanra. Comente sobre essas montagens.


Patricia NiedermeierEu amo Kafka e o conto “Der bau” traduzido como “A Toca”  ou “A construção” – sempre foi um sonho de montagem.
A história daquela Toupeira solitária que constrói a sua casa, suas estratégias para se livrar do medo da morte sempre me tocou.
A casa como extra corpo, como criação , como labirinto como ilusão de segurança …

Um paradoxo naquela construção “criação infinita”, porque quanto mais a Toupeira cava e constrói a sua casa para proteção mais vulnerável ela está.
Eu estava trabalhando com o Oscar Saraiva na cia da Marcia Rubin e tínhamos feito vários espetáculos juntos.
Ele é um belíssimo ator mas desejava dirigir também e quando eu sugeri “A construção” ele adorou.
Foi um lindo processo onde eu e Oscar fizemos uma imersão total com a contribuição genial de Jefferson Miranda no figurino, Marcia Rubin no trabalho corporal, Felipe rocha na trilha, Renato machado na luz e Isabel Gomide na Produção. Cada um deles com uma contribuição brilhante para a peça.

“Construções” de Franz Kafka

Direção: Oscar Saraiva – Foto: Veronica Peixoto.

Por ser uma Toupeira o espetáculo era muito físico, eu e Oscar pesquisamos muito o corpo, as ações físicas e o genial texto do Kafka criando uma partitura física, vocal e emocional. Fizemos duas temporadas no Sergio Porto, Festival de Curitiba e o sensacional projeto Palco Giratório do Sidney Cruz que foi uma das experiências mais importantes da minha vida.

Por causa dessa peça fui indicada para conversar com o Abu sobre um projeto que ele tinha de monólogos com Mulheres. Fomos conversar e eu estava muito nervosa, mas, nos apaixonamos e ele sugeriu o texto “Máquina de Pinball ” para montarmos.

Em “Máquina de Pinball”, por ser um monólogo, pesquisamos as possibilidades corporais e vocais como elemento essencial de Teatralidade. 
Abu foi um grande mestre no sentido da potência do Teatro, da presença da Atriz, do domínio da técnica.
Criamos uma peça com uma precisa partitura corporal e vocal ( fiz aulas de voz com Jaqueline Priston para atingir o tom grave de voz que ele gostava tudo misturado com trilha sonora dos strokes e os lindos vídeos que Alan Castelo criou.
Alan dirigiu junto com o Abu e foi fundamental nesse processo.
Abu respirava Teatro.
Provocador, genial, imprevisível, extremamente amoroso em alguns momentos e furioso em outros. Ele acreditou em mim.
Tenho muita gratidão por isso.

Numa entrevista antes da estreia, Abu disse que gostava de trabalhar comigo porque eu era uma atriz que me jogava na cena sem redes de segurança e que ele já tinha dirigido 3 monólogos na vida:
Glauce Rocha, Denise Stoklos e Patricia Niedermeier. Foi uma grande alegria e honra trabalhar com ele. Todos os dias agradeço. Muitas saudades do gênio Abu… Seus e-mails de madrugada… Saudades do seu abraço e suas surpresas.

Ele ainda me apresentou Hugo rodas quando fizemos Senhora Macbeth no Rio, outro gênio que tive a honra de trabalhar...

“Máquina De Pinbal

Direção: Antonio Abujanra e Alan castelo.

“Máquina De Pinbal”.

Francis Fachetti – Diz Patricia Niedermeier: “As fronteiras entre teatro, dança e performance ficam fluidas nos meus trabalhos mais autorais – como “Orlando” de Virginia Woolf”. Destrinche essa constatação relevante, e fale desse trabalho.


Patricia NiedermeierEu criei “O infinito em todas as direções” e “Primeiro dia” que tive a alegria de apresentar no Espaço Sesc Copacabana quando ele era brilhantemente administrado por Bia Radusnky e sua equipe.

“O Infinito Em Todas As Direções”

Sesc Copacabana.

Quando as pessoas se referiam a esses trabalhos algumas achavam que era dança contemporânea, outros performance, Teatro físico etc… As pessoas tinham dúvidas ao nomear.
Eram trabalhos muito autorais onde eu misturei todos esses elementos e vi que tinha um pouco de tudo ali.

Gostei de perceber minha subjetividade filtrando todos esses elementos e não senti  necessidade de definições ou escolher um território definido apenas.
Percebi que essas fronteiras podem ser ”Fluidas” como Regina Miranda investiga em seu brilhante livro Corpo-Espaço. Não precisamos de definições imobilizadoras. Eu gosto dessa liberdade. A Cia Regina Miranda Atores/Bailarinos sempre investigou esses territórios, o nome já diz atores/bailarinos e ela sempre trabalhou com diversos artistas e não só bailarinos virtuosos.
“Orlando” foi sempre um livro que eu sempre amei e a montagem me dava oportunidade de experimentar tudo ao mesmo tempo na saga dessa personagem imensa criada por Virginia Woolf. Tive a sorte de ter uma equipe genial com figurinos de Bruno Cesário, Luz de Renato Machado , Cenário de Flavio Graff,  produção Paula Ibarra e direção de Alexandre Rudah

Era um solo de 1 hora e 40 minutos muito vigoroso onde eu começava como um jovem nobre inglês lutando esgrima e terminava como uma escritora dirigindo um carro nas ruas de Londres. Um grande desafio. 

“Orlando” – de Virginia Woolf.


Francis Fachetti – 2011: Divisor de águas – encontrou-se com Cavi Borges -, artista marcante, necessário no cenário cultural.

O que esse enlace aclarou, desembaraçou de mais genuíno e potente no artístico, pessoal, na vida e nos longas e curtas-metragens realizados?
Aproveite e desvele o que puder sobre o lançamento do filme: “Não Sei Quantas Almas Tenho”, em parceria com Jorge Caetano.


Patricia NiedermeierEncontrar o Cavi foi das melhores coisas da minha vida. Ele é meu companheiro na vida e na arte. Nos apaixonamos primeiro e depois começaram nossas criações e parcerias.

Eu tenho profunda admiração pelo grande diretor que ele é: criativo, talentoso e com grande poder de síntese. Eu costumo ser mais barroca e crio muitos caminhos para depois ir chegando no essencial. Mas esse processo é difícil para mim e Cavi vai na direção certa com muita sensibilidade.

Temos uma troca muito enriquecedora e as vezes brigamos por ideias, mas, no fim nossos filmes, pecas/filmes, performances e vídeos arte ganham vida. Ele respira cinema em todas as suas etapas e tem a paixão por realizar.
Então é muito bom  porque eu gosto de criar; não sou uma boa produtora.

O Cavi também é uma pessoa muito generosa, como produtor ele fica feliz em colaborar com a realização das pessoas. Isso é bonito de ver. O Nosso último longa NÃO SEI QUANTAS ALMAS TENHO foi criado em parceria com o grande Jorge Caetano e vai estrear em agosto nos cinemas.

Eu sempre fui fã do Jorge e poder trabalhar com ele no cinema foi um presente. Fizemos 3 longas juntos REVIVER, FADO TROPICAL E agora lançando NÃO SEI QUANTAS ALMAS TENHO que acompanha o Vampiro Nicolau (Jorge Caetano) que atravessa a eternidade apaixonado por Nina e essa experiência amorosa faz ele refletir sobre a morte, a vida, o amor e o tempo.

“Não Sei Quantas Almas Tenho” – filme com Jorge Caetano.

Direção: Cavi Borges Patricia Niedermeier.

ESTREIA EM AGOSTO NOS CINEMAS.

Patricia Niedermeier e Jorge Caetano.

Filme: “Não Sei Quantas Almas Tenho”.

Direção: Cavi Borges

ESTREIA EM AGOSTO NOS CINEMAS.

“Não Sei Quantas Almas Tenho”

ESTREIA EM AGOSTO/2023 NOS CINEMAS.

ESTREIA EM AGOSTO/2023 NOS CINEMAS.

São filmes muito autorais onde participamos ativamente de todas as etapas de criação.
É um processo artesanal onde filmamos algumas cenas  e as imagens produzidas vão indicando caminhos e percursos a serem percorridos.
Como no processo de Alquimia onde os livros  contem imagens que indicam possíveis descobertas. Não há textos mostrando a caminha da iluminação ou mostrando uma receita para transformar chumbo em Ouro. 


Francis Fachetti – – O Projeto Peça-Filme foi idealizado por Alexandre Varella – que acabou de fazer sua documental Entrevista NECESSÁRIA nesse Blog/Site.
Começando com a peça-Filme “O Censor”, “O Cinema é Minha Vida”, com mote na obra e vida de François Truffaut, com Rodrigo Fonseca. Torne conhecido para nós um pouco desses dois trabalhos.


Patricia NiedermeierAlexandre é um homem de Teatro, um grande ator que eu amo contracenar. Ele torna o jogo da cena vivo e te desafia no melhor sentido da palavra.

Alexandre descobriu o texto “O censor” de Antony Nielsen, comprou os direitos e nos convidou para essa aventura.
A peça era essencialmente sobre um censor que censura o filme de uma diretora de cinema de vanguarda. Ocorre um embate entre eles.
Cavi sugeriu que poderíamos experimentar uma pequena  sala de aulas de cinema no Estação net botafogo.
Compramos um palco, o Luis Paulo Nenén iluminou lindamente a sala  e contamos com o apoio da sensacional equipe do Estação Net nessa empreitada.

Começamos a pesquisar naquele pequeno espaço que seria como o gabinete “mofado” do Censor.
As imagens projetadas na pequena tela  eram parte da dramaturgia, essencialmente necessárias para  nossa montagem e dialogávamos com elas no decorrer da peça.

“O Censor”:

Patricia Niedermeier e Alexandre Varella

“O Censor”

Filme: “O Cinema é Minha Vida” – inspirado na peça François Truffaut.

Foi uma linda temporada que contou ainda com a participação mais que especial da atriz Emi Junqueira.
A peça se mostrou muito atual com todo o horror que vivemos nesses quatros anos de trevas com ex-presidente onde os artistas foram censurados e sufocados de todas as formas.

O rodrigo Fonseca assistiu nossa montagem e criou um lindo texto inspirado na vida e obra de François Truffaut. Nossa pesquisa então sobre peça/filme como linguagem se aprofundou ainda mais com o universo imagético da obra de F.T e as possíveis relações corporais com essas imagens. As fronteiras se tornaram fluidas novamente e o diálogo com as imagens projetadas é parte essencial da dramaturgia. E François Truffaut uma das grandes paixões da minha vida.


Francis Fachetti – Regina Miranda é totalmente amalgamada à sua carreira. Revele essa química diáfana, bela, e me dê a honra de saber tudo dessa parceria no filme que será dirigido por vocês duas. Estamos curiosos. Conte-nos tudo!


Patricia Niedermeier“Mulheres em Auschwitz – Escritos de Resistencia” é nosso novo filme baseado num roteiro brilhante que ela escreveu sobre as mulheres escritoras do Holocausto.
Regina fez uma pesquisa imensa e muito bonita sobre a produção literária dessas mulheres tão inspiradoras.
Em tempos de regimes autoritários fascistas achamos importante falar de direitos humanos e dar voz a essas magnificas escritoras do holocausto. 

O aumento assustador dos movimentos neonazistas  
também deu urgência ao filme. O processo de criação do filme foi um mergulho imenso como não poderia deixar de ser com um tema tão grave como esse.

A Regina abordou no roteiro apenas textos literários e não depoimentos de sobreviventes de Auschwitz, o que estabeleceu uma linguagem artística forte para o filme.

Foi um grande presente trabalhar com ela nesse mergulho e agora pela primeira vez juntas no cinema, mas, com a mesma intensidade e paixão.

Como sou eu sozinha no filme ela foi bastante rigorosa na minha interpretação o que foi muito maravilhoso porque é especial estar no set com uma grande diretora e que seja uma grande diretora de atores também.

Cada respiração, pequenos e grandes gestos, olhar, transferência de peso, entonação, intenção…. foi trabalhado. Mas a Regina sabe dar segurança, afeto num extremo cuidado e manter excelência do trabalho.

 

­– Direção: Regina Miranda e Patricia Niedermeier

– Atuação: Patricia Niedermeier

– Direção de Fotografia e Câmera: Adriana Nolasco

– Trilha Sonora: Regina Miranda e Bernardo Gebara

– Edição de Som e Mixagem: Fábio Carneiro Leão

– Som Direto: Fábio Carneiro Leão

– Direção de Arte; Figurino e Direção de Movimento: Regina Miranda

– Produção Execultiva: Cavi Borges e Regina Miranda

 

– O Blog/Site de Críticas de Teatro e Dança conferiu a estreia do lançamento do filme que entrará em cartaz em breve:
“MULHERES EM AUSCHVITZ – Escritas de Resistência.
Um filme de extremo necessário em sua realidade nua crua ilustrando a resistência de mulheres vítimas do holocausto.
Mulheres com suas narrativas literárias com a força de suas almas contrapondo a delicadeza de suas sensações usurpadas e deterioradas.
Um filme inefável em seu irrefutável embate feminino e imprescindível para que a história nos torne – ou tente nos tornar mais empáticos e com alteridades escancaradas.
Destaco a estonteante e necessária, sedutora película em preto e branco envelhecida que nos deixa sem fôlego. Bravo!!!
Bravo Regina Miranda e Patricia Niedermeier em sua atuação realista, distanciada, naturalista, porém, digna de uma grande Operária das Artes.
Bravo a todos da equipe.
Eu, Francis Fachetti diria:
“MULHERES EM AUSCHVITZ NECESSÁRIAS”

– Marina Trindade, Patricia Niedermeier e Regina Miranda.

 

Regina Miranda, Patricia Niedermeier e Francis Fachetti.

– Patricia Niedermeier e Francis Fachetti.

 

 

 


Gravações de “Mulheres Em Auschwitz”.

Gravações de “Mulheres Em Auschwitz”.

Gravações de “Mulheres Em Auschwitz”. 

“Mulheres em Auschwitz”.

Ensaio /Filme

Filme: “Mulheres em Auschwitz”.



Francis Fachetti – A Peça-Filme “Maya” – tive o privilégio de conferir, divulgar, fazer spoleirs com comentários críticos classificando como: Espetáculo NECESSÁRIO! Não escrevi uma crítica teatral grande por que cada dia constato que as pessoas estão cada vez mais imediatistas – meus spoleirs já funcionam como “crítica teatral”, e ajudam a divulgar muito mais fazendo as pessoas lerem e se articular para assistir.
Bem, discorra tudo que quiser dessa cena teatral peculiar e necessária, e diga em suas palavras quem foi MAYA DEREN.

 


Patricia NiedermeierMaya Deren!!! Nossa peça/ filme/ performance começa com uma provocação que nosso brilhante autor Joaquim Vicente fez.

Por que MAYA?  Por tantas razões…. difícil de escolher uma, mas poderia começar dizendo que:
Maya foi uma mulher Pioneira no Cinema que acreditava, no Cinema como forma de arte. Ela investigou profundamente a linguagem cinematográfica em seu livro: “Anagrama de ideias formas e filmes”. Foi a primeira diretora a investigar o corpo, o movimento a dança no cinema e se apaixonou pela antropologia indo sozinha para o Haiti em 1947 levando na mala sua câmera e equipamento de filmagem. 


Falar em Maya Deren é também falar de um corpo atravessado por intensidades em estado pulsante.
Nesse sentido o corpo sustenta no ato poético sua extensão política no encontro com as forças do mundo.
Maya é uma mulher, pioneira no cinema experimental que escrevia e filmava com o rigor dos rituais de vida e morte na luz do transe.
Mergulhar no universo de Maya nos colocou em contato com nossos seres primitivos – de onde se originam os sentimentos mais intensos e sensações agudas.

Nosso processo de criação da peça/ filme Maya foi como se jogar em alto mar…
O mar que era para Maya “O espelho de tudo”.
Foi necessário descobrir no corpo a coragem para  estar em estado de vulnerabilidade com elementos ritualísticos.
Assim deixamos o corpo vibrar em todas as frequências possíveis.
Borges, Joaquim Vicente, Tainan shu, VJ18, Chapinha, Gabriel, Marcos Arzua e nossa maravilhosa Marina Trindade em alto mar. 
No percurso de criação da peça/filme pesquisamos também a obra de algumas mulheres pioneiras do cinema.
Acompanha a peça/filme uma pequena  exposição sobre essas mulheres transgressoras e inspiradoras.


Apesar das notáveis realizações dessas primeiras realizadoras, muitas delas permanecem pouco conhecidas ou estudadas até hoje, uma indicação de que as forças sociais e econômicas mobilizadas contra elas continuam a existir e também se estendem ao campo dos estudos cinematográficos.
É impreterível a justa inclusão das mulheres a história do cinema. 


Francis Fachetti –Terminando com chave de diamante, queremos saber do filme: “Ensaio Sobre Yves” – seu primeiro longa como diretora solo, e “Maya” que se colocará na linguagem cinematográfica: “Maya – O Filme”.


 Patrícia Niedermeier“Ensaios sobre Yves” é o primeiro filme que estou sozinha na direção. 
O filme é sobre os atravessamentos da obra do artista Yves Klein no meu percurso como artista e sobre a importância vital da arte. Começa comigo em um trem indo a Nice – cidade onde Yves Klein nasceu e termina num pôr do sol na Paraíba depois de uma performance sobre o dourado.

É um filme livre e sensorial sobre minha paixão por Yves, suas ideias e propostas.


Em julho vamos iniciar as filmagens do longa MAYA.
Temos ainda muitas perguntas, mas vamos iniciar as filmagens numa praia furiosa em Marica onde o Rio encontra o mar e acho que a partir daí vamos encontrando os percursos do filme. O que ele deseja. Sim, porque cada filme tem suas vontades e como disse Kafka na “Construção”:

“É desesperador e comovente quando eu me perco na minha própria criação… Como se a obra desejasse mostrar a mim seu direito a existência”…

Simplesmente:

PATRICIA NIEDERMEIER

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