Entrevista NECESSÁRIA: ORÁCULO CIA. DE TEATRO

Entrevista NECESSÁRIA, volta ao universo teatral, dando deferência ao ofício de pesquisa, consciente na cena, e que abusa do binômio: Responsabilidade e Esmero.

Trata-se da 0ráculo Cia. de teatro, registrando seus 25 anos de entrega as artes cênicas – com um trabalho criativo, esclarecedor e nos trazendo a literatura de alto nível para que possamos emergir na educação.

A pesquisa é expressiva e abrangente, dos integrantes da Oráculo, imbuídos em nos tornar mais reflexivos, apesar desses muitos desmontes que  usurpa nosso caráter artístico.

Entrando na – Entrevista NECESSÁRIA – com: Oráculo Cia. de Teatro:

Fachetti – “A literatura sob olhar teatral”, estruturou a Cia. Oráculo ao longo de suas concepções e olhares literários. Essa investida agregou enormes feitos, numa rotunda proposta para a identidade da Cia. Discorra sobre essa pesquisa, e a proposta de tratar o homem em relação ao mundo em que vive.


Oráculo – Primeiramente, gostaria de dizer que é uma grande alegria e uma grande honra fazer esta entrevista nos 25 anos de existência da O.C.T. (Oráculo Cia de Teatro). Este projeto foi apresentado por Paulo Afonso de Lima, um diretor genial de muita inteligência e sensibilidade, aos fundadores da Cia – Gilson Gomes, Neila Tavares e Wagner Brandi.

A proposta era montarmos adaptações literárias de grandes escritores brasileiros e estrangeiros, que nunca tivessem tido a sua obra levada aos palcos. Foi um grande desafio, porque estávamos trazendo romances, contos, crônicas para o palco e recriando o pensamento desses autores, dando vida aos personagens, não podendo deixar de ressaltar a genialidade de Paulo Afonso de Lima – que foi quem nos ensinou esse caminho, essa delicadeza de contar essas histórias criadas por estes autores, colocar estas ideias em cena, procurando a maior fidelidade ao que foi escrito. Muitas vezes colocamos  o próprio autor em cena – como foi o caso de “O Capote” de Gogol, para contar a trajetória de Akáki Akaievitch.

Em nossas montagens propomos uma reflexão sobre o Homem e seus conflitos,  sua busca incessante de tentar entender o mundo a sua volta, e de dialogar com o meio ao qual ele interage, que é o principal argumento da Companhia, desde os seus primeiros trabalhos como: “O Assalto” – José Vicente (1996); “America” de Franz Kafka – 1998, e “O Capote”, de Gogol (1999), dirigidas por Paulo Afonso de Lima, e depois com “O Mandarim”, de Eça de Qreiroz (2001); “Oh, Nelson Rodrigues, que adoráveis criaturas!” adaptação da obra literária de Nelson Rodrigues por Neila Tavares (2012), montagens dirigidas por Wagner Brandi.

Depois montamos um texto original “Riso Invisível”, de Francisco Alves PH (2014); seguido das montagens “Torturas de um coração”, de Ariano Suassuna (2018/2019), direção de Wagner Brandi;  e “Diários marginais: um encontro com Lima Barreto e João do Rio”, direção de Luiz Furlanetto (2015/2016/2017). Este tema está presente em todas as montagens, e agora remontamos em 2021 nos 25 anos da Cia., incentivado pela Lei Aldir Blanc.

Em todas estas montagens procuramos mostrar uma reflexão sobre o homem em questionamento sobre a sua própria existência.

Sempre pensávamos, como criar esta atmosfera e trazer esse público para esta reflexão ou este lugar de passagem? A Oráculo Cia de Teatro acredita que todo espectador é uma peça atuante do processo de encenação – e por isso o coloca em xeque-mate, colocando-o na cena.

Proporciona ao público momentos reflexivos, procurando mostrar um trabalho onde a ficção se confunde com a realidade.

O espectador é trazido para a cena e cria-se instantaneamente um diálogo cênico como ponto de partida para o que está sendo apresentado, sem distanciamento, buscando uma identificação imediata, pois, mesmo sendo um texto escrito no século passado; as angústias, desejos, alegrias, e anseios do homem moderno permanecem praticamente os mesmos. Procuramos mostrar que os questionamentos do homem ultrapassam a barreira do tempo, e permanecem cada vez mais atuais.

Trazer estes questionamentos num espetáculo com uma linguagem contemporânea, na qual ator e platéia fazem parte de uma mesma atmosfera cênica, também são objetivos propostos pelo grupo. 

Nos nossos espetáculos procuramos sempre ter como base o trabalho de pesquisa apoiada em muitas leituras e discussões sobre a obra de cada autor, sem abandonar uma característica de linguagem cênica – já própria do grupo – no sentido de transformar sempre este ato teatral canalizado para uma abordagem universal, sem deixar de brincar (no sentido mais respeitoso), com toda uma iconografia para apresentarmos ao público um espetáculo de boa qualidade técnica.

Depois do texto escrito, apresentamos à nossa equipe permanente: cenógrafo, figurinista, criação de vídeo-mapping (temos usado com frequência em nossos últimos espetáculos), direção de palco, e alguns profissionais convidados, para que a partir do texto sejam criadas as novas expressões artísticas. Como se estivéssemos tecendo uma grande rede de emoções. 

Espetáculo “A Falecida” de Nelson Rodrigues – montagem do Teatro Carioca de Câmara, 1981.
Direção: Paulo Afonso de Lima. Espetáculo muito premiado. Foto: Arquivo de Neila Tavares.



Fachetti – Paulo Afonso de Lima – expoente de toda cena teatral – fez grande contribuição à Cia. concretizando para a cena; Franz Kafka ( América) e Gogol (O Capote).  Conte para nós, como foi esse aprendizado com Paulo Afonso que adaptou, concebeu e dirigiu esses dois trabalhos, e quais curiosidades que os dois trabalhos tinham para enaltecer a cena teatral? 


Oráculo – É importante dizer, que Paulo Afonso de Lima foi gentilmente convidado a fazer parte do grupo pelas mãos da atriz Neila Tavares, que havia integrado com Paulinho a Companhia Teatro Carioca de Câmara, que fez muito sucesso nos anos oitenta e acumulou diversos prêmios. Além deles dois, tinha ainda no núcleo os excelentes atores Cláudio Gonzaga e Isolda Cresta.

Paulo Afonso era um homem de muita inteligência e sensibilidade. Possuía uma cultura fabulosa. Dominava a cena teatral como poucos. Além de ser bastante divertido. Ele nos deixou muitos ensinamentos, não só na carpintaria teatral como também em relação à dramaturgia. A técnica de escrever um texto teatral. Devemos a ele também a sorte de conhecer a grande artista Bibi Ferreira – ao qual trabalhamos durante muitos anos e foi uma grande Mestra em nossas vidas pessoal e profissional.

Acompanhou nossos trabalhos e também nos deu muitas orientações sobre a carreira, além de nos orientar com à sua primorosa batuta de diretora. Um grande privilégio tê-la como Mestra. Com certeza uma das maiores artistas deste país e provavelmente do mundo.

Dona Bibi Ferreira, Paulo Afonso de Lima, Neila Tavares, Myrian Pérsia, Cláudio Gonzaga e Isolda Cresta – são grandes referências em nossos trabalhos tanto nas montagens teatrais como na maneira de abordar os personagens, o entendimento da cena e o primor para produzir um espetáculo. Ter esses profissionais como referências e ter a oportunidade de trabalhar com eles é um grande privilégio. Um luxo!

Voltando às nossas montagens de adaptações literárias com Paulo Afonso de Lima. A ideia de unir teatro e literatura foi aceita de imediato, pois percebemos que além da montagem teatral ainda poderíamos despertar no público o interesse pela obra dos autores encenados, o que nos estimulou bastante e, é claro, aprofundarmos a pesquisa na obra de cada escritor. A possibilidade de abrirmos janelas para outros lados artísticos e cruzarmos mais de uma manifestação artística numa mesma cena, foi desafiador e estimulante.

Wagner Brandi, Bibi Ferreira e Gilson Gomes.



Em 1998 produzimos com Paulo Afonso, “America”  de Franz Kafka, onde conta um pouco da colonização dos Estados Unidos, através do olhar do personagem Karl Rossmann – na montagem interpretado por Wagner Brandi. O curioso é que como Kafka nunca tinha ido a América, ele colocou no seu texto a Estátua da Liberdade segurando um punhal, ao invés da tocha. Tinha uma cena em que os atores montavam à Estátua da Liberdade, cada um trazia uma parte dela, era um verdadeiro balé, uma bela coreografia, e quando ela estava montada, o público aplaudia em cena aberta todas as noites. Era deslumbrante!

No finalzinho de 1999 montamos “O Capote”, de Gogol. Conta a história de Akáki Akaievitch, interpretado por Gilson Gomes, ainda tinha Neila Tavares, que fazia dois personagens;  Ana Prascovia e Sofia Korobska e Wagner Brandi, o fiel Iakme, mordomo de Gogol, além de estar na assistência de direção. O elenco era bem numeroso.

Akáki Akakievitch, passa a vida tentando conseguir um capote novo. O conto é de uma beleza indescritível, aparentemente simples, mas repleto de reflexão sobre a existência humana.

Nesta montagem, diferentemente do conto, resolvemos entrecruzar  o personagem principal Akáki Akakievitch com o próprio Gogol, seu criador, que está no seu último mês de vida, misturando ficção e realidade. Queríamos transcender um pouco a história e trazer Gogol para mais próximo do público carioca e fornecer à plateia dados significativos sobre a personalidade atormentada  do escritor. Tivemos o cuidado para que esta aproximação não apelasse para recursos artificiais, do contrário “O Capote” perderia o seu caráter universal e poderia se perder na trajetória já conhecida do grande público. Para nossa alegria deu tudo certo.

Feita a adaptação e a concepção, realizamos um workshop ministrado pelo próprio Paulinho, para compor o elenco.

Olhando para estas duas montagens – colocávamos o homem e seus questionamentos em relação ao mundo à sua volta.

Em “América”, de Kafka, o jovem Karl parte para uma terra desconhecida, expulso da Alemanha por ter engravidado uma empregada e passa pelas mais loucas situações que jamais pensou enfrentar. E para contar esta história, Kafka aborda o surgimento da luz elétrica, os automóveis, a colonização e a descriminalização sofrida pelos imigrantes, o surgimento da Coca-cola, as relações políticas entre tantas outras.

 No “Capote”, de Gogol, mostra um homem puro, que sonha com uma vida melhor, estigmatizado pelos colegas, por se vestir mal, por viver numa pensão pobre, que mal podia pagar o aluguel e que tudo que almeja era um capote novo. Depois de conseguir comprar o tão sonhado capote para se proteger do frio e silenciar as chacotas, que o anterior casaco despertava, consegue usá-lo apenas por um dia, pois tem o seu tão sonhado casaco roubado por uma autoridade.  

Nos dois espetáculos, Paulo Afonso de Lima retomou a técnica que utilizava no TCC, de montar “grandes” montagens em espaços pequenos, e empregou na Oráculo Cia. de Teatro.

O Teatro Carioca de Câmara surgiu com a proposta de montar grandes autores numa concepção cênica com espetáculos memoráveis. Em sua trajetória encenaram Georg Buchnner, Shakespeare, Goethe, Dostoievski, Sófocles, Nelson Rodrigues, Oscar Wilde, entre outros.

Em todas as montagens tínhamos um grande elenco, onde se movimentava coreograficamente sem esbarrões e tropeços. Eram montagens que ele próprio dizia ser um balé, devido às movimentações tão minuciosamente estudadas.  Acho muito importante falar deste grande diretor da cena carioca – que nos deixou de forma tão teatral, digamos assim (rs).

Paulo foi encontrado desfalecido, sentado em uma poltrona na sua casa, em Nova Friburgo, levado por um infarto fulminante, dizem que estava entusiasmado com novos projetos e sentou-se na poltrona para pensar nessa nova obra inacabada, uma pequena poesia, para um grande Mestre das dificuldades – já dizia a crítica feita para o espetáculo “America”, de Kafka em nossa O.C.T.  Ultimamente ele lecionava na CAL (Casa de Artes  de Laranjeiras), com montagens sensacionais com os alunos.

Com certeza nos deixou um grande legado, um grande aprendizado que levaremos para sempre. Todas nossas montagens, as antigas e as novas, estão disponíveis em nossas páginas do youtube, facebok, twitter e blog. Só pesquisar em Oráculo Cia de Teatro, que irão achar.

Diretor Teatral: Pauo Afonso de Lima.

Espetáculo “América” de Kafka. Wagner Brandi, Gilson Gomes, Silvana Falcão, Anna Cristina Campagnoli, Vinícius Salles, Ayres Filho, Cláudio Maguolo, Marcia Beatriz Bello, Neris Cavalcante e Mitzzi Carvalho. Direção, adapatação e concepção: Paulo Afonso de Lima.

“América” de Kafka – Direção, adaptação e concepção: Paulo Afonso de Lima.

Espetáculo “O Capote” – adaptação, direção e concepção: Paulo Afonso de Lima. Com: Gilson Gomes,Neila Tavares, Alberto Matti, André Tavares, Flávia Barros, Gabriela Linhares, Márcia Beatriz Bello, Otávio Reis e Silvana Falcão. Fotos: Marcello L. Corral.

Espetáculo “O Capote” – direção, adaptação e concepção de Paulo afonso de Lima.

“O Capote” de Gogol – Gilson Gomes.




Fachetti  – A Oráculo Cia. Teatral mergulhou e tentou entender, recolher em si, impregnar-se, no ousado, corajoso e revelador humano – que é Nelson Rodrigues.

Qual foi o saldo dessa necessária imersão?



Oráculo – Falar de Nelson Rodrigues é sempre bom e tentador. Um autor que todos deveriam ler e se tivessem a oportunidade, montar seus textos. Na montagem de Nelson também estava lá o tema “O homem em relação ao mundo em que vive”.

Antes é preciso dizer que tudo começou com Neila Tavares. Neila teve uma forte ligação com Nelson Rodrigues e sua obra. Além de ter sido muito amiga do autor, ele escreveu para sua companhia de teatro, a Bléc-Bêrd (grafia distorcida de Black Bird) o texto “Anti-Nelson Rodrigues”, 1974, da qual participavam também Paulo César Pereio e Carlos Gregório.

E como foi dito anteriormente, tivemos grande influência do Teatro Carioca de Câmara (TCC). A bagagem rodriguiana foi trazida pelos seus integrantes para a Oráculo Cia de Teatro.

Em 1981 o TCC montou “A Falecida”, de Nelson Rodrigues, sob a direção de Paulo Afonso de Lima e com os atores Neila Tavares, Cláudio Gonzaga e Isolda Cresta, no núcleo, entre outros atores. Em sua direção, Paulo Afonso apresenta uma visão expressionista de Nelson Rodrigues, no lugar do realismo ou naturalismo, ambos em voga nas montagens do autor.

Sobre esta montagem, há uma excelente resenha no livro “Nelson Rodrigues, Dramaturgia e Encenações”, de Sábato Magaldi.  

Em 1987 se deu o encontro com Neila Tavares, Gilson Gomes e Wagner Brandi, quando Neila ministrou uma oficina teatral sobre a vida e obra de Nelson Rodrigues, e no final teríamos uma montagem do texto que Neila adaptou das obras literárias de Nelson, com a sua direção .  O texto se chamava “Quem tem medo de Nelson Rodrigues” (1988), texto e direção de Neila Tavares, na Sala Vianinha (UNE). Antes da estréia fazíamos apresentações para convidados e num desses dias, Amir Haddad assistiu a peça e fez a sua crítica. Ele gostou bastante do espetáculo.

A montagem foi considerada um dos melhores espetáculos do ano. Em seguida virou especial para a TVE (1989). Direção de cena de Neila Tavares, direção de imagem de Farouk Salomão e músicas de Carlos Sergipe. Prêmios Guarnicê (categoria vídeo) do Festival Gramado 1989: Melhor Roteiro, Melhor Direção, Melhor Música.

Nesta filmagem, Neila aparece em pequena participação, na personagem de uma típica viúva rodriguiana. Uma curiosidade que no dia da filmagem havia uma cena em que as atrizes eram “pregadas” nas cruzes, e sem que esperássemos surgiu um incêndio repentino e inexplicável, de uma progressão muito rápida, ardeu rapidamente, que interrompeu as gravações, mas ninguém se feriu e ficou tudo bem. Foi notícia em vários jornais da época.

Cena do especial de TV, baseado no espetáculo “Quem tem medo de Nelson”, 1987/88. Adaptação da obra literária por Neila Tavares, Cena em que as mulheres eram pregadas nas cruzes e no dia da gravação ocorreu um incêndio, interrompendo a filmagem.



Vinte e quatro anos mais tarde – em comemoração ao Centenário de Nelson Rodrigues (2012 ) – remontamos esse espetáculo com o outro título “Oh, Nelson Rodrigues, que adoráveis criaturas!” (um concerto cênico), com Gilson Gomes como Nelson Rodrigues, Neila Tavares no papel de Suzana Flag (pseudônimo de Nelson), com direção geral de Wagner Brandi, que também estava em cena como Dr. Sabino, além de ter composto dezoito músicas originais para o espetáculo.

Wagner criou o que ele chamou de concerto cênico e compôs letras belíssimas para a montagem. Uma curiosidade: Tinha em especial uma música chamada “A morta sem espelhos”, de Vinícius de Moraes e Baden Powell, que foi tema da telenovela escrita por Nelson Rodrigues, com o mesmo título (1963). Foi uma loucura acharmos toda a letra desta música. Neila tinha um pedaço da letra, depois pegou outra parte com Fernanda Montenegro, e uma outra atriz do sul do Brasil, tinha outra parte. E assim conseguimos ter a música inteira para o espetáculo. Essa busca foi bastante divertida e prazerosa.

Concerto Cênico – “Oh, Nelson Rodrigues que adoráveis criaturas!”.
Neila Tavares e Gilson Gomes.



Éramos muitos atores em cena, que depois foram substituídos por outros, foram praticamente dois elencos. Também havia cantores e músicos. A direção musical foi de Rafael Bezerra, que transcreveu as músicas de Wagner para partituras. Ele tocava clarineta. Os figurinos de Luís Cláudio Julianelli, que já havia assinado os figurinos de “América, de Kafka” e “O Capote”, de Gogol. Foi um grande mergulho na obra de Nelson Rodrigues, através de uma vasta pesquisa de seus textos, pois tivemos três momentos distintos de abordar o mesmo texto: a primeira montagem que surgiu de workshop (1987); o especial de fim de ano para a extinta TVE, que se transformou num curta metragem bastante premiado (1988); e a montagem pelo centenário do autor em 2012, que ganhou um tratamento de Concerto Cênico, criado por Wagner Brandi.

Concerto cênico: “Oh, Nelson Rodrigues, que adoráveis criaturas”, adaptação da obra literária de Nelson, para o teatro – de Neila Tavares. Direção de Wagner Brandi. Com: Gilson Gomes, Neila Tavares, Wagner Brandi, Hilka Maria, Ado Perrota, Paulo Japyassu, Eduardo Duwal, Jean Vitt, Michelle Raja Gebara, Isabel Azevedo, Elizabeth Babo, Douglas Cantudo, Cláudio Mello, Marcelo Matos, Alexandre Hulkinho, Mariana Benjamin, Joana do Carmo, Ricardo Lopes. Músicos: Guido Rossman, Elizabeth Babo, Rafael Bezerra, Lucio Zandonadi. Direção musicalde Rafael Bezerra. Fotos de Alexandre Rodrigues.

Concerto Cênico – “Oh, Nelson Rodrigues que adoráveis criaturas!”.

Espetáculo “Oh, Nelson Rodrigues que adoráveis criaturas!” – 2012 no centenário do autor.

Gilson Gomes como Nelson Rodrigues em “Oh, Nelson Rodrigues que adoráveis criaturas!”.

Neila Tavares como Suzana Flag em “Oh, Nelson Rodrigues que adoráveis criaturas!”.

Wagner Brandi como Dr. Sabino em “Oh, Nelson Rodrigues que adoráveis criaturas!”, que também assina a direção.

Nelson Rodrigues e o elenco da peça: “Anti-Nelson Rodrigues”, escrita para a Blé-Bêrd (grafia distorcida de Black Bird). Na foto: Paulo Cesar Pereio, Ruth Mezek, Alvinho Barbosa, Mauro Monteiro, Nelson Dantas, Iara Jati, Sonia Oiticica, Antonio Carlos Limongi, José Wilker, Neil Tavares, Nelson Rodrigues e Carlos Gregório. Foto de arquivo de Neila Tavares.

Espetáculo “Quem tem medo de Nelson Rodrigues” e do especial da TVE, 1988. Direção de cena de Neila Tavares; Direção de imagem Farouk Salomão; músicas de Carlos Sergipe. Vencedor dos prêmios Guarnicê (categoria vídeo), no Festival de Gramado em 1989 – melhor roteiro, melhor direção e melhor música.




Fachetti  – Qual foi o saldo de se imiscuírem, ingerirem o folclore, no nosso regionalismo à flor da pele que existe no  épico de nossa cultura – em Ariano Suassuna?


Oráculo – Foi uma montagem deliciosa. Montar Ariano Suassuna é um presente para todo ator. A escolha do texto se deu na época em que Gilson Gomes estava trabalhando na fotobiografia da atriz Tereza Rachel, com seu ex-marido, o cineasta e diretor teatral Ipojuca Pontes.

Ipojuca já havia trabalhado com Suassuna, foram amigos, e um dos textos que ele mais gostava era “Torturas de um coração”, falava que gostaria muito de ver este texto encenado. Era uma dramaturgia teatral e não uma obra literária, conforme a nossa linha de ação.

Apresentei a proposta a Cia e resolvemos aceitar o desafio, porque o espetáculo havia sido escrito para bonecos mamulengos. Resolvemos fazer com atores no lugar dos bonecos,  queríamos dar vida aos personagens como se realmente eles existissem.

Gilson Gomes interpretou o personagem de Benedito que causa uma grande confusão para roubar o amor de Marieta, interpretada por Wagner Brandi, que também assinou a direção. Depois de vários testes com muitas atrizes e sem encontrar o tom da personagem que queríamos, ele assumiu o papel. E foi um acerto.

Optamos então pela farsa, trabalhamos o prólogo do espetáculo de forma que fosse claro que era uma trupe de atores, fazendo essa encenação. O que nos causou surpresa, foi que, mesmo o público sabendo que era um homem fazendo o papel de uma mulher, não tivemos o estranhamento, e sim uma grande brincadeira, muitas risadas e sem o exagero da interpretação, conseguimos afinar o instrumento e fazer um prazeroso trabalho.

Nos inspiramos nas comédias de Charles Chaplin, O Gordo e o Magro e Os Três Patetas, foi um achado. Completava o elenco Alisson Minas, Thiago Prado, Willian Freitas e Thomás Morelli. Brandi também criou as músicas originais para o espetáculo, que teve a direção musical de Cyrano Moreno Sales. Depois fizemos alguns testes e também convidamos alguns colegas para a leitura do texto, para compor o elenco.

Resolvido o elenco convidamos a nossa querida equipe, profissionais que tem um trabalho continuado com o grupo e são talentosíssimos. A nossa montagem ganhou elementos populares como a dança e músicas originais, para marcar as passagens das cenas, dando mais ritmos e ainda mais graça ao espetáculo, tornando-o mais lúdico, o que possibilitou a criação de jogos cênicos, gerando novos signos dentro do processo de recodificação da linguagem teatral.

A música e o canto eram executados pelos próprios atores em cena. Toda a sonoplastia também acontecia diante da plateia.

O cenário, assinado por Oswaldo Eduardo Lioi e Ianara Elisa, foi inspirado na arte Naif para compor a dramaturgia de Suassuna, tendo como fonte de inspiração a obra de Cícero Dias, que também foi amigo do autor. Propomos uma atmosfera primitiva, focada na simplificação de elementos decorativos e rica em detalhes de imagens.

O cenário foi todo pintado à mão em enormes tecidos com cores bem vivas, facilmente montado e desmontado. Em sintonia com o cenário tivemos um vídeo mapping, criado por Mayara Ferreira, que exibia imagens da cultura popular nordestina e complementam a ação.

O figurino era belíssimo assinado por Simone Aquino, que acompanhava toda a paleta de cores e com aplicação de vários elementos nos tecidos, bastante artesanal e muito bom gosto. Não podemos deixar de citar nossa diretora de palco, Ana Paula Casares, sempre atenta aos detalhes que fazem parte da carpintaria da cena.

Tania Brandão falou: – “Que espetáculo lindo, longa vida para vocês! O espetáculo é uma brincadeira teatral encantada. Trabalho lindo, divertido, vivo, pulsante – uma festa brasileira de teatro!”

Espetáculo “Torturas de um coração” de Ariano Suassuna. Direção: Wagner Brandi. Foto: Leonardo Pergaminho. Direção de Wagner Brandi. Circulamos por vários equipamentos culturais e também nos apresentamos nos teatros em Minas Gerais.




Fachetti  – Ainda na comemoração de aniversário, a Cia. entrará em cena com mais dois espetáculos: “A confissão” e “Diário da lua”. Pode nos falar sobre eles? Dar detalhes e pequena sinopse.


Oráculo – Claro. Falo sim. “A Confissão” é uma obra de  Eduardo Lamas, que nos convidou para encenarmos o seu texto. Em “A confissão”, um homem (Gilson Gomes) vê diante dele um Deus/Consciência ganancioso e punitivo projetado numa enorme imagem como se fosse sua consciência (interpretado por Neila Tavares), em linguagem surrealista. O homem enfrenta o mundo sem abrir mão de sua verdade, assumindo – primeiramente sob tortura e depois diante de um sombrio tribunal – que é o assassino de Deus. No julgamento, o promotor (Alisson Minas) e o juiz (Wagner Brandi) se revelam dois religiosos fanáticos e manipuladores da sociedade – algo que está bastante presente em nossa sociedade. Mais uma reflexão sobre o homem e o mundo em que vive. Curiosamente este seria o texto que daria início às nossas comemorações dos 25 anos, mas como fomos aprovados na Lei Aldir Blanc com Diários marginais e tínhamos prazos a cumprir, interrompemos a produção que já havia sido iniciada.

Esta proposta de encenação será no formato de cineteatro e exibida pela internet. Um texto muito curioso e provocativo, que fala de assuntos pertinentes ao momento atual.

A outra montagem é o segundo texto da trilogia Diário, que se chama “Diário da Lua”. Assim como “Diários marginais: um encontro com Lima Barreto e João do Rio”, este texto também é de autoria de Gilson Gomes e Wagner Brandi.

Inicialmente o texto era uma livre inspiração da obra de Campos de Carvalho, que tinha como referência “A vaca de nariz sutil”; “Chuva imóvel” e “A lua vem da Ásia”. O curioso é que com essa pandemia e com tanto isolamento, começamos a revisar o texto e de uma hora para outra a reescrevê-lo totalmente influenciados por esta situação tão espantosa, e quando fomos ver o texto se modificou totalmente e restou pouco de Campos de Carvalho, embora a essência permanecesse nele. A distopia se apossou das páginas com força total, pois não tinha como ser diferente.

Mostra a história de dois amigos que planejam uma fuga do lugar de onde se encontram. A partir daí o público vai se surpreender com as cenas, com os diálogos e com o jogo cênico. Sem falar no final que é surpreendente.   


Fachetti  – “Diários Marginais”, entrou em online no 25º aniversário da Oráculo – um encontro fictício, porém,  hercúleo, necessário, de Lima Barreto e João do Rio. Conte-nos o que puder sobre essa alvíssara pesquisa – que assisti online e me impressionou pela qualidade apresentada de todas os signos cênicos, apesar de não ser teatro em sua forma convencional.

Será adaptado em longa-metragem pelo cineasta Oswaldo Lioi, e será publicado o livro “Bastidores: a história do teatro brasileiro”. Nos de o prazer de saber detalhes sobre tudo isso.


Oráculo – É uma grande felicidade falar de “Diários marginais um encontro com Lima Barreto e João do Rio”, texto é assinado por Gilson Gomes e Wagner Brandi, que também interpretam os personagens de Lima Barreto e João do Rio. A direção é de Luiz Furlanetto (em 2011 recebeu o prêmio Shell de Melhor Direção por Transpotting).

Este texto passou por três abordagens de diferentes linguagens: a teatral, e cinematográfica (em finalização); e agora neste novo formato de cineteatro exibido de modo online, pelo youtube, por ocasião da pandemia, obtendo grande aceitação e sucesso com o público virtual e da crítica. Algo que nos deixou incrivelmente felizes e gratos.

Para este formato fizemos uma reforma no nosso espaço para que ficasse adequado ao espetáculo. Uma verdadeira releitura do espaço cênico. Uma verdadeira força tarefa e trabalho de equipe para que tudo ficasse perfeito.  E ficou muito bom mesmo. Para quem assiste tem a sensação de que o espaço é gigantesco, mas é devido a perspectiva em 3D que foi todo pensado, além de todo um projeto de posicionamento de câmera, que reforçou a ampliação do local.

A direção do projeto online ficou a cargo de Oswaldo Eduardo Lioi e com a nossa equipe permanente Mayara Ferreira no vídeo-mapping, Ianara Elisa na Cenografia, Ana Paula Casares na direção de palco e a filmagem a cargo de Júlio Kummer. A assessoria de imprensa ficou a cargo de Eduardo Lamas. Uma equipe bastante afinada.

No primeiro fim de semana, aplausos e elogios não faltaram.

“Diários Marginais”



Realmente, não faltaram elogios de pessoas com credibilidade no cenário teatral – elogios merecidíssimos!

Abaixo, um sucinto comentário/crítica do trabalho – feito por esse Blog/Site:

Assisti, ontem, domingo, 07/2, em online, a um primor de trabalho.

Trata-se da Oráculo Cia. Teatral, registrando seus 25 anos de trajetória nas artes cênicas – com uma entrega criativa, esclarecedora, e nos trazendo a literatura de alto nível para que possamos nos educar.

A Cia. acaba de fazer online, o formato que nos é possível no momento. A experiência, o talento – Gilson Gomes e Wagner Brandi, que também assinam o texto – no espetáculo comemorativo “Diários Marginais”; seriedade cênica, convincente, belo e necessário, apesar de não presencial, porém, cheio de teatralidade.

Um encontro fictício de Lima Barreto e João do Rio, que estreou em 2015, e volta agora. Um texto cheio de propriedade, que nos prende, criativo, e uma direção minimalista e sólida de Luiz Furlanetto.

Assistam! Imperdível!

Por: Francis Fachetti – Blog/Site: ESPETACULONECESSARIO.COM.BR



A primeira vez que montamos o texto foi em 2015, no Teatro II, do Sesc Tijuca. Em 2016 foi selecionado no Edital da Funarj, para circulação nos seus equipamentos culturais e se apresentou nos Teatros: Armando Gonzaga e Arthur Azevedo. Participou ainda do projeto Paixão de Ler, realizado pela Secretaria Municipal de Cultura e pela Prefeitura do Rio de Janeiro. Também foi convidado para integrar a programação do Salão Carioca do Livro, no Píer Mauá, Armazéns 3, na Zona Portuária, do Rio de Janeiro.

Participou do 3º Festival de Teatro do Centro Cultural Midrash. Na Flip 2017, a convite do Coletivo João do Rio, numa mostra paralela. Participou do circuito Sesi Cultural, circuito Sesc, em algumas Unidades, e no Centro Cultural Parque das Ruínas. E agora retorna à cena no formato de cineteatro iniciando as comemorações dos 25 anos da Cia.

“Diários Marginais” – Gilson Gomes e Wagner Brandi.



O jornalista e pesquisador teatral Simon Khoury havia assistido o espetáculo “Oh, Nelson Rodrigues que adoráveis criaturas” em 2012 e gostou muito do que viu, anos depois, assiste “Diários marginais: um encontro com Lima Barreto e João do Rio”, no Festival Midrash. Alguns de nossos espetáculos são citados por ele e por seus entrevistados como “montagens imperdíveis” no livro “Bastidores: a história do teatro brasileiro”, de sua autoria. Um trabalho primoroso que realiza há anos – com entrevistas de grandes atores do teatro brasileiro, preservando e mantendo viva a memória teatral.

Durante as apresentações de “Diários Marginais” recebemos o convite do diretor cinematográfico Oswaldo Eduardo Lioi para fazer um longa-metragem do espetáculo.

“Diários Marginais” – Gilson Gomes e Wagner Brandi.



Gostaríamos de agradecer muito a oportunidade de poder falar um pouco da nossa trajetória nesse projeto do Blog/Site – Entrevistas NECESSÁRIAS – que vem aliar-se as críticas teatrais e de dança que esse Blog/Site já realiza. E deixar um agradecimento especial para a nossa equipe técnica e os profissionais que trabalharam conosco durante esta bela trajetória.

Segue abaixo a ficha técnica de “Diários marginais: um encontro com Lima Barreto e João do Rio”.


 Ficha Técnica:

                          
Texto e atuações: Gilson Gomes e Wagner Brandi

Direção do espetáculo teatral: Luiz Furlanetto

Direção do espetáculo Cineteatro e Direção de arte: Oswaldo Eduardo Lioi

Cenografia: Ianara Elisa

Video mapping: Mayara Ferreira

Edição de vídeo: Mayara Ferreira e Ciáxeres Régio

Fotografia: Leonardo Pergaminho

Design gráfico: Alexandre Muner

Iluminação: Djalma Amara

Cineteatro:Wagner Brandi e Ianara Elisa

Operador de luz: Ianara Elisa

Direção Musical: Charles Kahn

Músicas originais para o espetáculo: Wagner Brandi                                  

Direção de palco: Ana Paula Casares

Assessoria de imprensa: Eduardo Lamas

Filmagem do espetáculo: Júlio Kummer

Produção executiva: Oráculo Cia de Teatro

Coordenação do projeto: Gilson Gomes

Realização: WGL Produções e Eventos & Kadiwéu  Projetos Artísticos 

Classificação: 12 anos

Duração: 60 min.

Cia. fundada pelos pesquisadores/atores: Gilson Gomes, Wagner Brandi e Neila Tavares.

“Diários Marginais: um encontro fictício com Lima Barreto e João do Rio”, tem texto dos atores Wagner Brandi e Gilson Gomes, inspirado na vida e obra dos dois grandes escritores e cronistas do Rio de Janeiro do início do século XX. A direção é de Luiz Furlaneto.
Segue o link do teaser link: https://www.youtube.com/watch?v=OARwfGX7AoY

O espetáculo e o trabalho do grupo serão publicados no livro “Bastidores: a história do teatro brasileiro”, de autoria do jornalista e pesquisador teatral Simon Khoury.

Em 2001, levaram a cena “O Mandarim” de Eça de Queiroz, evento internacional “Eça entre milênios: pontos de olhar”, realizado pelo Instituto Camões de Portugal. Apresentado na França, Brasil e Portugal.

A adaptação de Gilson Gomes foi escolhida para apresentar para os especialistas da obra do autor, no Gabinete Real Português e no Consulado de Portugal.

Espetáculo “O Mandarim” de Eça de Queiroz. Foto: Marcello L. Corral.



O espetáculo “Riso Invisível” de Francisco Alves PH, foi um texto escrito para os atores Gilson Gomes e Wanderley Nascimento. Estreou e fez sucesso no Sesc Tijuca, depois Parque das Ruínas. Em cena também estavam os cantores Emídio Rossmann (baixo), Elizabeth Babo (mezzo-soprano), Lucio Zandonadi (piano) e Aleska Chediak (Celo). A direção musical de Cyrano Sales.

Espetáculo “Riso Invisível” de Francisco Alves. Direção: Wagner Brandi. Foto: Leonardo Pergaminho.



Ainda dentro das comemorações do seu 25º aniversário, a Oráculo montará este ano mais duas peças inéditas: “A confissão” e “Diário da Lua”.

Gilson Gomes, Wagner Brandi e Neila Tavares, mergulharam num trabalho de pesquisa até se decidir por sua primeira montagem. Então, em 1996, estreou com O Assalto, de José Vicente, participando do VI Festival Carioca de Novos Talentos, realizado pelo RIOARTE, da qual recebeu a indicação de Melhor Ator (para Gilson Gomes), também concorrendo a categoria Melhor Espetáculo.

Espetáculo “O Assalto” de José Vicente. Direção: Wagner Brandi.
Fotos: Marcello L. Corral.



Ao longo de sua existência vem desenvolvendo o projeto “A Literatura sob o Olhar Teatral”, que tem como objetivo levar para o palco obras literárias de grande valor – tendo como principal proposta tratar o homem em relação ao mundo em que vive.

Depois de “Diários Marginais”, na década passada, a companhia montou “Torturas de um coração”, de Ariano Suassuna, circulando por vários equipamentos culturais do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, com sucesso de crítica e público.






Na próxima quarta, 17/03, não sairemos totalmente do universo teatral, voltamos a arte flamenca – numa entrevista com contexto da dança/teatro, para desvelar uma vereda muito particular, rica em pesquisas, “fugindo do esperado”, em sua quietude e inquietude necessária e desbravadora, com contornos detalhistas, fundamentado. Um trabalho de incansáveis buscas, enveredando em aprofundamentos literários.

Esse caminho de larga experiência dedicado ao flamenco, está nos trilhos de Renato Marques – Bailarino e coreógrafo.


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2 Comments

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    Jose ribamar
    Posted 10/03/2021 at 08:27 0Likes

    Belíssima e completa entrevista. Conheço esses fantásticos artistas desde o seus inícios . Eles merecem um futuro glorioso pela onipresente busca sem concessões de algo tão rara chamado qualidade

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    Sergio
    Posted 10/03/2021 at 08:56 0Likes

    Fantástico isso é arte que mexe com nosso corpo mente e alma parabéns …..

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