-Retrospectiva: Gláucia Rodrigues – Atriz e Diretora.

O Blog/Site de Críticas Teatrais e

de Dança e Fachetti Produções

Apresenta:

 

 

O Blog/Site iniciou a temporada de Retrospectivas e INÉDITAS das inúmeras homenagens feitas aos artistas das artes cênicas em geral – teatro, dança, cinema, técnicos:

Operários das Artes – Documento Cultural.

Projeto: “Entrevistas NECESSÁRIAS”, inserido nesse Blog/Site de Críticas Teatrais e de Dança, no começo da pandemia, sendo uma homenagem em forma de Documento Cultural aos artistas de inúmeras áreas do universo artístico.

 

 

 

 

 

 

Retrospectiva Repaginada:

 

GLÁUCIA RODRIGUES

Atriz e Diretora

 

 

 

 

Gláucia Rodrigues uma trajetória artística iluminando os palcos.

 

A Retrospectiva da vez – DOCUMENTO CULTURAL – Trajetótia dos Operários das Artes -, feita a mais de dois anos atrás, é com nossa dileta e incontestável atriz e diretora:

 GLÁUCIA RODRIGUES.

 

 

 

 

 

Entrevista NECESSÁRIA: Atriz e Diretora – GLÁUCIA RODRIGUES.

Francis Fachetti Espetáculo Necessário 25/05/2021

 

 

Amigos! Com muita alegria comunico que o mês de junho o projeto – “Entrevistas NECESSÁRIAS”, documento cultural dos Operários das Artes – comemora um ano de exaltação as artes, dando luz e visibilidade à trajetória de artistas do universo teatral e da dança, tv, cinema, técnicos… criado no obscuro pandêmico, com enormes holofotes materializados nas trajetórias dos artistas que aqui estão desfiando sua arte.

Junho para lá de necessário com entrevistas especialíssimas. Começaremos da maneira mais eclética possível, abarcando o popular e o mais clássico da carreira de uma atriz exemplo no ofício cênico.

“Entrevistas NECESSÁRIAS”, traz para o palco desse Blog/Site, à atriz que foi uma das fundadoras da muito bem descortinada “Cia. Teatral Limite 151” – que estreou com um dos textos do mais paradoxal, polêmico, odiado e amado – Nelson Rodrigues – pela a desamarra de verdades e desejos à flor da pele, que existia no imiscuir de seu universo de extremo necessário.

Uma mulher que atuou e produziu inúmeras obras de dramaturgos com literaturas clássicas exponenciais, executando-as em simultâneo esmero, talento e vocação – tanto na produção cultural, como em sua presença irrefutável nos palcos brasileiros e estrangeiros.

Com a direção de Antunes Filho aportou em diversos países com encenações de diversos clássicos – participando de muitos festivais de teatro: Londres, Berlim…

Uma presença de verve necessária em cena, obtendo experiência também na linguagem das telas, TV e cinema, linguagens díspares com contornos que requer uma adaptação para se adequar em cada um desses meios culturais.

Sua experiência com a dança, não foi menos expressiva. Bailarina com formação, de uma técnica avançada, capturando o prêmio, na época, de melhor bailarina em danças espanholas – para mais adiante ser transportada de corpo e alma na sensibilidade e artimanhas da viripotente atriz de textos clássicos, dentre outros, que nossos olhos puderam e podem perceber.

 

 

Dois momentos de Gláucia Rodrigues.

Cena de “Therése Raquin”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Cia. Limite 151 e seus Grandes Clássicos.

Integrantes Cia. Limite 151

 

 

 

 

 

 

Entrando na Retrospectiva da

Entrevista NECESSÁRIA com:

GLÁUCIA RODRIGUES 

 

 

 

 

 

 

Francis Fachetti – Não pude me conter em saber, tendo como uma de minhas funções artísticas – bailaor de flamenco – e apaixonado por essa arte tão avassaladora nos palcos; você ganhou o prêmio de melhor bailarina em danças espanholas, depois se transformou em uma grande atriz de textos clássicos. Acredito que naquela época esse caminho tinha um caráter mais folclórico, com base também no clássico espanhol.

Curioso em saber sobre sua experiência como bailarina e especialmente na arte espanhola e a fusão com a atriz tão iluminada em cena. O flamenco empodera, e muito, àqueles que são atores, como nós. O resultado no palco é de muita presença cênica.

 

Gláucia Rodrigues – Pois é… Já tinha posto os olhos em você antes! Quando vi que você era Dançarino de Flamenco! Mas eu sou tímida…

Na verdade, minha “carreira artística” começou como Bailarina mesmo.

Fiz Escola de Danças do Teatro Municipal, que virou Maria Olenewa e voltou a ser do Teatro Municipal, entrei aos oito anos, com prova, mudança de séries, aquela coisa toda que a profissionalização exige: era a única Escola, da minha época, que profissionalizava.  Meu sonho era ser Bailarina Clássica! Lá pela adolescência o sonho ruiu: era um penar na escola ginasial, difícil fazer qualquer outra coisa… eu morava em Bonsucesso, o ballet era no Centro/RJ e a Escola, Pedro II , na Tijuca! Eu vivia dormindo nos ônibus!!! Eram 2 horas de Clássico todos os dias, de segunda a sexta, 1 hora de outras danças ( Afro-Brasileiro, Jazz, Moderno e Espanhol ), divididos de segunda a sexta e outras horas de ensino teórico ( História da Arte, História da Dança, Teoria Musical, Ritmoplastia…). Fora as horas de ensaios: era insano!!!!

Na adolescência eu comecei a achar mais divertido andar pelo Centro da Cidade olhando aqueles prédios enooormes!!!! Passeando pela Cinelândia, olhando as vitrines… e aí meu interesse saiu do Ballet Clássico para o Moderno e o Espanhol, apesar do Clássico ser sempre obrigatório. E assim me formei.

E, como você mesmo disse: o Flamenco empodera! Acho que, anterior a isso, temos “temperamento” pra ele, o que nos transforma em presenças cênicas mais fortes! Obrigada pelo “atriz iluminada”. Adorei a gentileza! Mas acho que faz parte desse mesmo “temperamento”.

Gláucia Rodrigues: Momento Bailarina Clássica.

Teatro Municipal RJ.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Francis Fachetti – Relate para nós, o que a atriz Gláucia Rodrigues, de verve tão teatral, e presença necessária nos palcos – pela vocação que todos percebem – conseguiu trilhar as linguagens das telas, TV e cinema; te ensinaram o que?

Linguagens díspares em peculiares técnicos difíceis de serem contornados até a adaptação.

Como foi, ou é, essa sua passagem pelas telas? Onde está realmente presente a atriz? No palco, ou no imediatismo da TV e cinema?

 

Gláucia Rodrigues – A TV me ensinou que o menos é mais. O cinema eu já fiz mas acho que ainda não sei fazer…

Quando eu fiz TV com personagens complexos, maiores do que uma participação, eu peguei um gosto danado: qualquer personagem bom é muito bom de fazer…rsrsrsrs.

O Teatro.. o Teatro é um sonho!!! A vida é muito seca sem Teatro. Eu não me canso de ensaiar, de fazer espetáculos, contar aquela história para as pessoas, ser cúmplice daquelas 50, 100, 200 ou mais pessoas que estão ali trocando aquela energia potente!!! Está chato viver sem Teatro, heim?

Às vezes parece que essa tragédia não vai acabar nunca… tantos talentos sem trabalho, artistas, técnicos. Não só pela pandemia não! É difícil fazer Teatro sem apoio do Estado. Um Estado que não reconhece seus artistas é um Estado que não reconhece sua própria identidade! Nós somos o reflexo da nossa História!

 

Filme “Meteoro”, de Diego La Texera.

 Direção de Diego La Texera.

No elenco Claudio Marzo, Paula Burlamaqui, Gutavo Ottoni, Maria Dulce Saldanha, Joé Carlos Machado, Pietro Mário, Lixcci ferreira, Felipe Kanenberg, Alexandre da Cota, Nicola Trevijano, entre outros.

 

 

 

 

 

Novela “Amazônia”, com Raul Gazola.

 

 

Francis Fachetti – Na direção teatral dirigiu “Fazendo História”, e um texto de João Bethencourt – “Tem um psicanalista na Nossa Cama” – ambos em 2015. Pode falar dessas direções e dos espetáculos?

 

Gláucia Rodrigues – Dois processos totalmente diferentes que me fizeram confirmar o valor do Ator!!

Fazendo História era um elenco grande. O Psicanalista, eram três atores apenas.

Posso estar sendo “parcial” mas Teatro acontece quando temos Ator/Atriz contando uma história, ponto! Se o Diretor ajudar: melhor!

No Fazendo História, entrei pra dirigir faltando um mês pra estreia… que atores maravilhosos!!! Eu dizia como queria a cena e eles, simplesmente, chegavam lá! Tive um elenco de primeira! Atores totalmente dedicados e criativos.

 

Direção: Gláucia Rodrigues.

 

O texto do João foi exatamente a mesma coisa!!! A atriz protagonista já tinha uma viagem marcada e só poderíamos começar a ensaiar faltando um mês para estreia… acontece que, essa atriz era simplesmente Solange Badin! Uma das atrizes mais talentosas que eu já conheci!

Solange pegava um personagem e virava ele do avesso! Uma excelente cantora, uma presença cênica única, uma comediante como poucas! Eu sugeria, ela fazia. Ela se entregou completamente ao processo.

Trabalhamos juntas num espetáculo em 1995 e a convivência nos tornou muito, muito próximas. Com essa intimidade e confiança ela um dia me disse, durante nossos ensaios: “Gláucia, estou me entregando, confio em você”! Noooossa!!! Quantos atores fazem isso? Ela se entregava mesmo!!! Saudades da Solange…

Gostei das experiências. Acabaram me ajudando como atriz. Quando você dirige, parece que você consegue ler a alma do ator… é uma sensação que requer cuidado. Do lado de lá eu já percebia isso. Como atriz, é preciso confiar na pessoa que está encaminhando você para a unidade que vai ser aquele espetáculo. É uma entrega mesmo! Você exposta a qualquer imprevisto, a qualquer ideia, a qualquer criação! É prazer!!

Rogerio Fróes, me disse num ensaio de “Thérèse Raquin”: você precisa se divertir mais! E ele tinha toda razão!!! Era uma tragédia, o espetáculo, mas atuar tem que ser prazer! Na maior plenitude que puder ser!!!

“Tem um Psicanalista na Nossa Cama”.

“Tem um Psicanalista na Nossa Cama”.

Direção: Gláucia Rodrigues. Com: Lucci Ferreira, Cristiano Gualda e Solange Badin.

 

 

 

Francis Fachetti – Percorreu, com a direção de Antunes Filho, inúmeros países com dois espetáculos.

Como foi ser dirigida por esse Mestre da cena? Fale um pouco de Antunes Filho, e desses trabalhos capitaneados por ele.

O que capturou culturalmente desses países todos, nos festivais que estiveram presentes – Londres, Berlim, etc.

 

Gláucia Rodrigues – Vamos ser óbvios: Antunes Filho era um gênio! Quase uma unanimidade! Mas vou te que ser sincera: eu não tinha o menor prazer em ensaiar com ele! Rsrsrsrs. Era sempre uma tensão descomunal.

Ele me ensinou, principalmente, uma postura! Mas devo isso também a um Mestre que me acompanhou a carreira inteira: Eládio Perez-Gonzalez. Olhar com prazer, mas, também sem romantismos bobos. É dureza e principalmente requer disciplina. Isso o ballet nos dá, não é? Mas não dá para ficar sem voz durante uma temporada… é difícil fazer espetáculo cansado… é físico! Seu corpo vai responder se você se preparar! E seu corpo é seu material de trabalho.

Mas, voltando a Antunes… ele é um mestre etc e tal, mas, acho que ele exigia muito da energia dos seus atores… e isso caaansa

Foi uma experiência única! Fiquei 10 meses viajando pela Europa, ganhando muito bem! Com aquela turma maravilhosa! Fiz grandes amigos, tenho saudade deles todos!

 

 

 

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Antunes nos levava ao cinema pra ver coisas diferentes, filmes que jamais passaram aqui. Uma vez ele conseguiu que fôssemos ao cinema para uma sessão só para o grupo, pela manhã. Não é muito bom?

No México, participamos de um Festival Internacional de Artes Cênicas, estavam lá artistas do mundo todo.

Na noite da nossa estreia, quando entramos no restaurante do Festival, após o espetáculo, aquela galera se levantou e aplaudiu de pé! Antunes mereceu isso!!! Ele dizia que deveríamos devolver, ao povo brasileiro, tudo aquilo que estávamos vivendo lá.

 

Era uma época, década de 1980, que ninguém viajava assim com tanta facilidade… então éramos devedores de quem não tinha essa oportunidade. Bonito isso, né? Ele era esse Artista único e eu não consegui tirar dele tudo que ele poderia me dar… era difícil…

 

 

Em Paris, ficamos um mês fazendo o espetáculo num Circo!

Em Londres fizemos Macunaíma e Nelson Rodrigues, um mês também. Viajamos por várias cidades da Itália e da Espanha.

Fomos a Amsterdã, Roterdã e Haia, na Holanda. Pegamos um princípio de neve em Munique… quando eu veria isso aos 22 anos?

Em Madrid, fazíamos espetáculo às 11h e 20h. Quando chegamos para o espetáculo da manhã, tinha uma fila pra comprar ingresso que eu nunca tinha visto igual! O Prefeito foi nos ver!

 

Na Irlanda do Sul, em Dublin, fomos ameaçados com uma bomba por um deputado conservador…

Em Roma fomos censurados! Antunes teve que assinar alguma coisa numa delegacia. Parece piada, né? Aquele País cheio de esculturas nuas pela rua e o delegado se preocupando com o nu em cena… imagine quantos Museus, galerias, Feiras, quantas Culturas passeando pela gente! Tantas histórias… mudou o meu olhar… agradeço a ele por tudo, mesmo sendo uma presença difícil…

 

Francis Fachetti – Produziu e atuou ao mesmo tempo em vários trabalhos. Uma façanha que poucos conseguem, diante da quase impossibilidade de conciliar tarefas tão árduas, e que nas duas, requer paixão para executar concomitantemente.

Como Gláucia realizava e concretizava essas funções? Qual dos espetáculos que mais te “enlouqueceu”, e qual trouxe mais alvíssaras, executando essas duas funções? E por quê?

Gláucia Rodrigues – Rapaz… você conhece… produzir e atuar é quase impossível. Mas tenho que ser justa: tenho o melhor Produtor Geral do Rio de Janeiro, meu sócio Edmundo Lippi.

Logo nos primeiros trabalhos da Companhia as funções foram se delineando.

Sempre tivemos Produtoras Executivas que nos deram todo o suporte necessário pra podermos ter um pouco de tranquilidade em estar em cena: Yara Ferrauto, Filomena Mancuzo e Valeria Meirelles a nossa “santa protetora” atual.

Edmundo foi se encaminhando para o pesado da Produção e eu e meu outro sócio Wagner Campos ficamos na coordenação artística. Quando eu estou em cena, Wagner afina tudo com maestria!

“A Moratória”, de Jorge Andrade.

Direção: Sidnei Cruz. Com: Leonardo Villar, Edmundo Lippi, Gláucia Rodrigues, Silvio Kaviski, Amélia Bitencourt e Thereza Amayo.

“A Moratória”.

Sabe qual espetáculo mais me enlouqueceu? “As Malandragens de Scapino”. Mas, não pela produção, e sim, porque o João não queria que eu fizesse o personagem rsrsrsrs.

O Wagner escolheu este texto e achou que ele só faria muito sentido se fosse feito por uma mulher. Ele queria falar dos “oprimidos” e foi bastante feminista com isso!

Cris D’Amato começou a ensaiar e ficou grávida. Era um personagem bastante físico, inspirado no Arlequim da Comedia Delarte então eu entrei no lugar dela.

O João achou aí a oportunidade de escolher outro ator, um homem, para colocar no lugar dela. Mas o Wagner foi definitivo: se não fosse uma de nós, a Cia não continuaria com ele…

Quando eu entrei, ele não achava a menor graça em nada do que eu fazia, era quase insuportável…Tinha uma cena, magistral, a “cena do saco”, que eu fazia com Gláucio Gomes e ensaiávamos à exaustão. No dia da estreia a plateia veio abaixo!! As gargalhadas eram uma consagração… justiça seja feita ao companheiro Gláucio e a Moliére: a estrutura era impecável! Quando cheguei ao Teatro, no dia seguinte, João veio ao meu camarim e enquanto eu “fazia a barba” ele me disse:

“Gláucia! Precisamos ensaiar a cena do saco, não tem a menor graça”! eu disse:

– Mas João, ontem todo mundo riu!! e ele:

“Porque Deus ajudou”! E nunca mais ensaiamos a cena do saco!

Atriz e produtora em O SANTO E A PORCA, de Ariano Suassuna. Direção de João Fonseca/2008.

O espetáculo recebeu 2 indicações ao Prêmio Shell, percorreu o Sul e Sudeste do Brasil, fazendo carreira em São Paulo e Rio de Janeiro.

Francis Fachetti – Torne conhecido para nós a Cia. Limite 151, que você fundou com o diretor Marcelo de Barreto, o músico Wagner Campos e os atores Cris D’amato e Edmundo Lippi.

Estrearam com “Os Sete Gatinhos”, de Nelson Rodrigues. Aclare para todos sobre a Cia. Teatral e a estreia desse espetáculo.

Gláucia Rodrigues – Eu disse a você que nossa estreia foi Os Sete Gatinhos, mas, na verdade foi Don Quixote, um infantil que não atuamos, só produzimos. Por isso considero Os Sete Gatinhos nossa estreia mais “completa”.

Marcelo, eu e Wagner fomos alunos da UNIRIO. Marcelo se formou em Direção, eu em Interpretação e Wagner na Música.

Marcelo foi convidado pra Dirigir um espetáculo na Cia Studio 9, de Vicentina Noveli e levou a mim, ao Wagner e a Cris que tinha sido aluna nossa num Curso de Teatro no Colégio Princesa Isabel. Lá conhecemos Edmundo e as afinidades se fizeram.

Depois de correr atrás de muito dinheiro e não conseguir nenhum, decidimos montar Os Sete Gatinhos, uma montagem que tínhamos feito na Escola de Teatro, só que agora com um elenco profissional.

Quem fez o Sr. Noronha, o protagonista do espetáculo e um dos melhores personagens do Nelson foi Carlos Alberto, pai do Marcelo. No elenco tínhamos também Isolda Cresta, Flávia Monteiro, Rômulo Arantes, Newton Martins, Rose Abdallah, Ovidio Abreu, Melise Maia, eu, Cris e Edmundo.

Essa característica da Companhia, de montar clássicos e escolher atores que nos ensinem, que possamos viver histórias do próprio Teatro é das melhores características que nós temos! Sem contar que, um Clássico é meio caminho andado para um bom espetáculo. Dizer textos com histórias e palavras de beleza ímpar é tudo que eu mais amo no que faço! Acabamos fazendo desse primeiro passo, a marca registrada da Limite 151. Clássicos de todos os tempos e lugares: Shakespeare, Moliére, Ariano Suassuna, Jorge Andrade, Nelson Rodrigues, Joe Orton, Mary Shelley, Tennessee Williams e Cervantes.

Atualmente, estamos eu, Edmundo e Wagner empurrando essa carroça! Marcelo, que era o diretor fundador da Cia, trabalhava também como diretor em televisão. Acabamos convidando vários diretores para trabalhar conosco até que perdemos Marcelo definitivamente num acidente de carro…no dia de uma estreia nossa.. A Margem da Vida, com direção de Roberto Vignati. Cris, perdemos para o Cinema. Começou como assistente de praticamente todos os filmes que entravam em cartaz, numa determinada época, até virar uma Diretora de mão cheia! Talentosa como poucos, dirige com firmeza e uma doçura reconhecida por todos com quem trabalha.

Outra característica nossa é ficar em cartaz o máximo de tempo que conseguirmos. Ficamos 4 anos seguidos com O Avarento, fizemos várias temporadas de O Santo e A Porca, O Auto da Compadecida, Thérèse Raquin, Vicente Celestino, As Eruditas, O Doente Imaginário, As Preciosas Ridículas; rodando o Brasil e cumprindo temporadas com os mais diversos elencos.

– Espetáculos da Cia Limite 151:

– OS SETE GATINHOS de Nelson Rodrigues, direção de Marcelo de Barreto com Carlos Alberto, Cristiane D’Amato, Edmundo Lippi, Flávia Monteiro, Gláucia Rodrigues, Isolda Cresta, Melise Maia, Nilton Martins, Ovidio Abreu, Rose Abdallah e Rômulo Arantes. Posteriormente, Humberto Martins e Paulo Reis. 1991.

Os Sete Gatinhos”.

Direção de Marcelo de Barreto. Música e direção musical Wagner Campos.

Com: Carlo Alberto, Isolda Cresta, Rômulo Arantes, Gláucia Rodrigue, Flávia Monteiro, Melise Maia, Rose Abdallah, Cris D’Amato, Ovídio Abreu, Edmundo Lippi e Newton Martins. Teatro Ziembinski.

“Os Sete Gatinhos”.

“A COMÉDIA DOS ERROS” de William Shakespeare.

Direção de Claudio Torres Gonzaga.

Com: Antonio Gonzalez, Cristiane D’Amato, Fabio Junqueira, Gláucia Rodrigues, Suelly Franco, Thaís Baloni, Andrea Cavalcanti, Flávia Bessone, Edmundo Lippi Mauricio Souza Lima, Nil Neves, Ovídio Abreu, Pietro Mario, Krshna Monteiro, Vanessa Resnitsky, Mila Caruso, Edison Maia, Carlos Nóbrega, Marisa Resnitsky, Milton Farias e Marcos Dan. Posteriormente, Marcia Matepi, Isolda Cresta, Nedira Campos, Verônica Diaz, Vinicius Salvatori e Christina Rodrigues.1992/1993.

“O MERCADOR DE VENEZA” de William Shakespeare.

Direção de Cláudio Torres Gonzaga.

Com: Ednei Gionenazzi, Andrea Cavalcanti, Antonio Gonzalez, Gláucia Rodrigues, Glaucio Gomes, Gustavo Ottoni, Edmundo Lippi, Flávia Monteiro, Marcelo Escorel, Rafael Camargo, Vinicius Salvatori, José Mauro Brant e Heleno Prestes. 1993.

– A MARGEM DA VIDA de Tennessee Williams.

Direção de Roberto Vignati.

Com: Camila Amado, Cristine D’Amato, Edmundo Lippi e Rubens Caribé.1994.

“AS MALANDRAGENS DE SCAPINO” de Moliére.

Direção de João Bethencourt.

Com: André Mattos, Claudia Vieira, Cristina Bethencourt, Edmundo Lippi, Ely Ortega, Gláucia Rodrigues, Glaucio Gomes, Gustavo Ottoni e Marcio Ricciardi, 1996. Posteriormente, Paulo Carvalho, Thelmo Fernandes, Marcelo Salgado, Cristiane D’Amato.1996/1997/1998.

“O OLHO AZUL DA FALECIDA” de Joe Orton.

Direção de Sidnei Cruz.

“O AVARENTO” de Moliére.

Direção de João Bethencourt.

Com: Jorge Doria, Gustavo Ottoni, Bruno Garcia, Cristina Bethencourt, Edmundo Lippi, Nilvan Santos, Ida Gomes, Nildo Parente, Pietro Mario, Janaina Prado, Fernando Cardoso. Posteriormente, Antonio Gonzalez, Jaqueline Brandão, Jacqueline Laurence, Gláucia Rodrigues, Jorge Guirrera, Marcelo Santana, Christina Montenegro, Roberto Lopes, Pietro Mario, Marcio Ricciardi, Dayse Pozato, Henrique Cesar, Paulo Bebiano, Cristiane D’Amato e outros… vou ser sincera: O Avarento ficou 5 anos em cartaz e foi tal a troca de elenco que talvez eu tenha esquecido de alguém… desde já: perdão! 1999a 2004.

“O Avarento”.

“Tartufo – O Impostor”, com André Valli.

– O DOENTE IMAGINÁRIO de Moliére, direção de Jacqueline Laurence com Tonico Pereira, Gláucia Rodrigues, Nildo Parente, Nedira Campos, Gustavo Ottoni, Paulo Carvalho, Marcio Ricciardi, Flávia Fafiães, André Frazzi, Frank Borges. Posteriormente Elcio Romar, Janaína Prado, Andressa Lameu, Claudio Cavalcanti, Jacqueline Brandão, Mouhamed Harfouch, Rafael Canedo, Bruna Macaciel, Edmundo Lippi, Rubens Araujo, Rogerio Freitas, Leo Thurler, Diego Braga. 2005 a 2017. Digo o mesmo de O Avarento… esqueci algum nome: 1000 perdões…

“O DOENTE IMAGINÁRIO” de Moliére.

Direção de Jacqueline Laurence.

Com: Tonico Pereira, Gláucia Rodrigues, Nildo Parente, Nedira Campos, Gustavo Ottoni, Paulo Carvalho, Marcio Ricciardi, Flávia Fafiães, André Frazzi, Frank Borges. Posteriormente Elcio Romar, Janaína Prado, Andressa Lameu, Claudio Cavalcanti, Jacqueline Brandão, Mouhamed Harfouch, Rafael Canedo, Bruna Macaciel, Edmundo Lippi, Rubens Araujo, Rogerio Freitas, Leo Thurler, Diego Braga. 2005 a 2017. 

Gláucia Rodrigues e Helena Hanaldi.

“A Eruditas”, com Jacqueline Laurence e Gláucia Rodrigues.

“As Eruditas”.

Foto de matéria do segundo caderno. Na foto: Ewerton de Castro, Gláucia Rodrigue, Armando Babaiof e João Fonseca.

– O SANTO E A PORCA de Ariano Suassuna, direção de João Fonseca com Ewerton de Castro, Gláucia Rodrigues, Nilvan Santos, Armando Babaioff, Elcio Romar e Duaia Assunção.Posteriormente Gabriel Naegele, Renata Sabino, Nedira Campos, Andressa Lameu, Rafael Fetter, Rafael Canedo, Marco Pigossi, Marcio Ricciardi, Mouhamed Harfouch, Luiz Machado , Mario Mendes, Gabriela Estevão e Daniel Dalcin.2008 a 2016. Se esqueci etc etc

“O Santo e a Porca”.

“O Santo e a Porca”.

“O Santo e a Porca”.

 “THÉRÈSE RAQUIN” de Émile Zola, direção de João Fonseca com Suzana Faíni, Rogério Fróes, Lucci Ferreira, Gláucia Rodrigues, Edmundo Lippi, Janaina Prado e Rodolfo Mesquita. Posteriormente Theresa Amayo,Élcio Romar, Marcio Ricciardi e Bruno Ganem. 2011.

Thérése Raquin”.

– O AUTO DA COMPADECIDA de Ariano Suassuna, direção de Sidnei Cruz com Marco Pigossi, Gláucia Rodrigues, Edmundo Lippi, Renato Peres, Bruno Ganem, Janaína Prado, Samuel de Assis, Lucci Ferreira, Luiz Machado, Jacqueline Brandão, Rafael Fetter, Andre Frazzi e Arnaldo Marques. Posteriormente Gabriel Naegele, Alexandre Mofatti, Kakau Berredo, Andressa Lameu, Flávia Fafiães, Leo Thuler, Marcio Ricciardi, Paulo Japyassu, Rafael Canedo, Robson Santos, Diego Braga, Daniel Dalcin 2012 a 2017. SE esqueci…

“O Auto da Compadecida”. Com Marco Pigossi.

“O Auto da Compadecida”.

 – O CASAMENTO SUSPEITOSO de Ariano Suassuna, direção de Wagner Campos com André Arteche, Gláucia Rodrigues,Edmundo Lippi, Maria Adélia, Flávia Fafiães, Igor Cosso, Isabella Dionísio, Henrique Juliano e Hélio Zachi. 2017.

“O Casamento Suspeitoso”, com André Arteche.

– COLOCO AQUI ALGUMAS ATIVIDADES PROFISSIONAIS EM TEATRO DENTRE MUITAS OUTRAS:

– Atriz em MACUNAÍMA de Mario de Andrade, direção de Antunes Filho, percorrendo Países como: Espanha, Holanda, França, Inglaterra, Alemanha, Itália, México, Ilhas Canárias, Irlanda do Sul. 1982.

– Atriz em NELSON RODRIGUES: O ETERNO RETORNO de Nelson Rodrigues, direção de Antunes Filho, Festivais de Teatro em Londres/Inglaterra e Berlim/Alemanha./1982.

– Atriz em O BOCA DE OURO de Nelson Rodrigues, direção de Claudio Torres Gonzaga. O espetáculo recebeu 1 indicação para o Prêmio Mambembe. 1988.

– Atriz em A FARSA DA ESPOSA PERFEITA de Edy Lima, direção de João Bethencourt. O espetáculo recebeu 1 indicação para o Prêmio Mambembe/1989.

“A Farsa da Esposa Perfeita”.

Espetáculo: “Chico Viola”.

– DIREÇÃO:

– FAZENDO HISTÓRIA de Allan Bennett/2015. O espetáculo recebeu 1 indicação ao Prêmio APTR.

– TEM UM PSICANALISTA NA NOSSA CAMA de João Bethencourt, 2015.

– TELEVISÃO:

– Atriz em A REGRA DO JOGO de João Emanuel Carneiro, direção de Amora Mautner , Rede Globo.

– Atriz em AS BRASILEIRAS episódio A FOFOQUEIRA DE PORTO ALEGRE de Daniel Filho, direção de Daniel Filho, Rede Gobo.

– Atriz em PÉ NA COVA de Miguel Falabela, direção de Cininha de Paula e Cris D’Amato. Rede Globo.

– Atriz OS FIGURAS episódio FILME DE ÉPOCA de Clara Deák, Leandro Matos e Saulo Aride, direção de Anita Barbosa, Multishow.

– Atriz em CARGA PESADA episódio HOMEM NÃO CHORA de Ecila Pedroso, direção de Roberto Naar, Rede Globo.

– Atriz em AMAZÔNIA de Jorde Duran, direção geral de Marcelo de Barreto, Rede Manchete.

– CINEMA:

– Atriz em LINDA DE MORRER de Carolina Castro e Marcelo Saback, direção de Cris D’Amato.

– Atriz em CHICO XAVIER de Marcos Bernstein, direção de Daniel Filho.

– Atriz em SEM CONTROLE de Sylvio Gonçalves, direção de Cris D’Amato.

– Atriz em METEORO de Diego de La Texera, direção de Diego de La Texera.

– PRÊMIOS:

– Indicada ao PRÊMIO SHELL 2009 como melhor atriz em O SANTO E A PORCA.

– Indicada ao PRÊMIO MAMBEMBE 1997 como melhor atriz em O HERÓI DO MUNDO OCIDENTAL.

– Indicada ao PRÊMIO CULTURA INGLESA 1996 como melhor atriz em O OLHO AZUL DA FALECIDA.

– Indicada ao PRÊMIO CULTURA INGLESA 1995 como melhor atriz por AS ARMAS E O HOMEM DE CHOCOLATE.

– Prêmio de melhor bailarina em Danças Espanhola 1978 Escola de Danças Maria Olenewa.

A nossa história e também a história do Brasil.

A nossa história e também a história do Brasil.

“Em março de 1980 – 0 prédio onde funcionava o Centro de Letra e Arte da UNIRIO – a primeira Faculdade de Teatro do Brasil – é invadido pelo batalhão de choque da polícia militar e estudantes, professores e funcionários que estavam pacificamente envolvidos suas atividades são surpreendidos e expulsos do prédio”.

Simplesmente:

GLÁUCIA RODRIGUES

 

Francis Fachetti

Pós-graduado em Linguagem Teatral pela faculdade Dulcina de Moraes (DF) – Bacharel em arte cênicas (Ator); Coreógrafo; Bailarino; Diretor de Movimento; Bailaor de flamenco e Crítico de Teatro e de Dança.

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